Hoje o meu avô faz 88 anos. Nasceu a 27 de Junho de 1920. Tem um pace-maker e muitos queixumes por já não ser o que era aos 20 e aos 40 anos. Mas, avô, pensa nas bençãos: tens tido uma vida longa, tiveste uma mulher que foi companheira e amiga inseparável durante mais de 60 anos e uma família que te mima, apoia e com a qual sabes que podes contar. Parabéns querido avô.
um rapaz de pernas cortadas por um carro (é um dos feridos graves das estísticas) uma velha demente em fuga do lar quero ir para a minha casa (a casa já vendida) os teus olhos fechados à minha voz a ignorar o embrulho cor de rosa que levava dentro o amor perfeito que foi dei-o tão de peito aberto e não entendi o medo (mas cada um está num nível diferente de evolução essa é a verdade) raramente os seres humanos se encontram fora da cama (estar apaixonado não conta) e fiquei triste por ti estavas no patamar da admiração que sinto pelas pessoas que amei e uma frase fez-te cair um rapaz à porta do hospital na manhã deserta pai meu querido pai e eu continuei a caminhar sem me deter mas seria patético perguntar precisa de alguma coisa talvez fosse o que ele queria ouvir talvez não seria a voz de um estranho a oferecer atenção um gesto acredite-se um gesto humano pode fazer a diferença fatal ainda não lhe consegui esquecer uma semana depois a voz quase o grito pai meu querido pai sábado de manhã à porta do hospital a vida continua e a Terra continua a girar
Ainda há bilhetes para os Magnetic Fields e as suas maravilhosas canções de amor. Aula Magna dixit.
publicado por vague às 25.6.080 comments
terça-feira, junho 24, 2008
Um homem que se passeava nu, na Praça de S. Marcos em Veneza foi salvo, no último momento, de ser preso por atentado ao pudor, por um bando de pombas que o vestiram completamente de branco.
E se o alarme não tocasse estava agora a fazer marcha atrás para devolver a mala
Passo pelos sensores da loja e o alarme apita à saída. Resignada, espero pelo segurança, certa que ele me vai dizer que a compra que fiz noutra loja despoletou o alarme daquela. Mas eis que vejo na minha mão esquerda uma mala desconhecida e com etiqueta da casa. Espantada de a ver nem sequer consigo ficar envergonhada quando o segurança olha para mim. Balbucio um desculpe nem me apercebi, devo ter pegado na mala e nem a pousei depois, enquanto à volta as pessoas deviam pensar coisas bonitas a meu respeito. A segurança da loja em frente fixou-me os olhos e eu aguentei-lhe o olhar até ela desviar o dela. Vê-se mesmo que não conhece a APADEDICA.
Adormeceu como um anjo e sonhou com um puzzle gigante em forma de coração, construído com peças tão pequenas que levaria um ano inteiro a fixar-lhes os detalhes e os sítios certos para os encaixes. Acordou assustada com a perspectiva de obra tão demorada e quando se viu acordada espreguiçou-se feliz por o sonho ter acabado.
Por mais boa vontade que Joaquina Gabriela tivesse em querer ter ideias para o cadavre-exquis, a verdade é que nenhuma lhe surgia. Desligou o computador e foi-se deitar. Adormeceu como um anjo e sonhou com um puzzle gigante.
daqui a pouco estou a doer-me toda por causa desta tosse que me persegue, qual cão vadio atrás da mão que o afaga. pois claro, trato-a bem, levo-a a consultas médicas, a análises, a exames e mesmo a duas urgências hospitalares já fomos desde Fevereiro. assim também eu.
Quando lhe perguntaram, quem o iniciara na actividade bombista, respondeu que fora a primavera: assistira maravilhado à explosão de vinte e oito primaveras.
para acompanhar no Um piano na floresta, local onde de vez em quando descubro tesouros, guiada pela cultura e bom gosto musicais do Fernando.
"A ideia é simples. Ao longo de duzentas entradas, o Piano na Floresta vai listar duzentas obras musicais, uma por cada ano, iniciando a contagem decrescente a partir do ano 2000. Se tudo correr conforme planeado, será possível identificar um disco ou uma obra composta em cada um dos anos no intervalo entre o ano 1800 e o ano 2000. Não há limitações de género musical. A qualidade e a reputação da obra não constituem critério de escolha, embora se entenda que ela é, de algum modo, representativa do ano em questão."
Folhas caídas no chão que o vento faz rodopiar em dança amorosa ou que aplaca até ficarem coladas à terra. Saio de casa de casaco quente e chapéu, abotoada de cima a baixo, mãos nos bolsos que o frio assim parece mais fácil de suportar. No chão o Outono derramado.
Um levantino apaixonou-se pelo crepúsculo e estabeleceu aí residência permanente. Vive agora num avião que se desloca em sentido inverso ao da rotação da terra.
Vinha meio nu Trazia uma cesta de vime cheia de amoras que colhera nas margens do rio Passara a tarde toda de silvado em silvado Na sua mão direita um pequeno arranhão - Tão quente tão quente esse verão
realmente...para que são precisos tantos camiões se nós temos uma rede ferroviária? e além disso, poluem tanto o ambiente. não seria ideia inteligente apostar de novo na rede ferroviária como meio privilegiado de transporte de mercadorias? esta paz entre os camionistas e o governo vai durar quanto, o tempo de umas férias de verão?
O primeiro-ministro, José Sócrates, admitiu hoje que "em alguns momentos" da paralisação das empresas de transportes sentiu "o Estado vulnerável" e garantiu que vão ser tomadas medidas.
"Todos temos que tirar lições do que aconteceu nestes três dias. Uma das lições que tirei: nalguns momentos eu senti o Estado vulnerável", disse, em resposta ao líder do BE, Francisco Louçã, durante o debate quinzenal no Parlamento.
"Vamos tomar medidas para que não o seja mais: algumas infra-estruturas não se compreende que estejam tão dependentes do abastecimento de combustível por via rodoviária", disse.
E como é que vamos fazer isso, senhor Primeiro Ministro? Vão passar a vir de comboio os produtos (que não só o combustível) Ou será de TGV? Ou de avião? Ah é à boleia? Boa.
Pondo por ora de parte considerandos de natureza legal sobre a greve dos camionistas e a forma como se está a sobrepôr ao Estado, esta situação fez-me lembrar
"Mas a explosão social está a chegar. Vão ocorrer movimentos de cidadãos que já não podem aguentar mais o que se passa.
É óbvio que não será pela acção militar que tal acontecerá, não só porque não resolveria o problema mas também porque o enquadramento da UE não o aceitaria; não haverá mais cardeais e generais para resolver este tipo de questões. Isso é um passado enterrado. Tem de ser o próprio sistema político e social a tomar as medidas correctivas para diminuir os crescentes focos de indignação e revolta.
Os sintomas são iguais aos que aconteceram no final da Monarquia e da I República, sendo bom que os responsáveis não olhem para o lado, já que, quando as grandes explosões sociais acontecem, ninguém sabe como acabam. E as más experiências de Portugal devem ser uma vacina para evitar erros semelhantes na actualidade.
É espantosa a reacção ofendida dos responsáveis políticos quando alguém denuncia a corrupção, sendo evidente que deve ser provada; e se olhassem para dentro dos partidos e começassem a fazer a separação entre o trigo e o joio? Seria um bom princípio!
Corrija-se o que está errado, as mordomias e as injustiças, e a tranquilidade voltará, porque o povo compreende os sacrifícios se forem distribuídos por todos."
uma colega - da minha idade - querendo dar-me a entender que via um outro colega - da nossa idade - apenas como amigo, excluindo qualquer interesse sentimental, remata:
estás a ver? eu vejo-o como se ele tivesse uns 50 anos!
Não vás já, espanta a noite mais um pouco e ajuda-me a adormecer. Depois serei eu a pedir colo e a buscar a tua mão, colando-a à minha até que o sono vença. E quando saires apaga a luz por favor.
Conhecem? Eu nunca tinha ouvido falar mas por curiosidade trouxe para casa o dvd acima e recomendo a série: é de um non sense bestial, passe a expressão de cervejas e tremoços (what the hell, a Selecção está a ganhar).
engraçado ver a coisa ao contrário - o que une também pode separar. uma ponte, um telemóvel, um blog, um chat, o 'hi-fi'-5, o msn. às vezes penso ( minto, pensei hoje e uma vez) se nalgum ponto do processo de comunicar através destas novas tecnologias, não haverá inevitavelmente uma inflexão/retrocesso/fase natural em que deixamos de encarar 'isto' como ponte de aproximação para o passarmos a encarar como intrumento regulador de distâncias. não sei, não. isto não é um post. é um projecto de post. vou guardar como rascunho.
trouxe o portátil para o trabalho pelo que estou sem pc em casa o que me afasta das solicitações, das notícias, dos blogs, dos mails. felizmente o msn não me atrai ou era uma tragédia e ainda não percebi para que serve o hi-fi. registei-me, aceitei convites, convidam-me pessoas que conheço, convidam-me o dobro de pessoas que eu não conheço, entro lá de vez em quando e não acontece nada. é suposto fazermos o quê? resumindo, estar sem internet à noite em casa é bom! há a televisão e os filmes, há um livro tão bonito que ando a ler quando o pc permite (por isso esta semana deixei-o fora de casa, só regressa ao meu doce lar amanhã), há as revistas espalhadas e o sono de vigia mal me ponho a jeito no meu imenso sofá azul escuro que deve ter sido cama noutra encarnação. é tarde, vou para casa.
Tom Hanks e o amor condenado entre dois homens, a sida, a humanidade de quem não deixa de ser gente e de ser homem por estar doente e ser homossexual. E quem é que não voa com Tom Hanks quando ele, à beira da consciência da morte, ouve ópera em casa sabendo que nada existe no mundo senão a força dos momentos que nos transcendem?
fazem parte dos dez primeiros classificados das 100 melhores músicas de sempre eleitas pela Rolling Stone. "Johnny be Good", de Chuck Berry, é a canção vencedora.
como são belas as árvores de flores roxas em que naquele preciso momento do tempo reparei que tão bem recortavam o céu da avenida da República, como são belas
rendilhadas coavam o céu
e eu ali tão pequena os meus olhos ajoelhados aos pés do céu.
desculpem a minha falta de comentários aos vossos comentários, acuso-me isso pois devo a quem me comenta a gentileza de responder - é assim que faz sentido um blog. digamos que o meu espaço mental não tem sido muito amplo...ou se calhar está demasiado preenchido (será tudo o que me preenche assim tão importante?) e eu preciso loucamente de amplitude e liberdade, de flores púrpuras e de céu.
e vendo os Bon Jovi pela televisão lembrei-me dos concertos de há 20 anos em Alvalade e de como ficava lá mesmo à frente, bem perto do palco e de Jon. se este ano tivesse sabido com a antecedência necessária da vinda a Portugal, teria ponderado ir ao Rock-in-Rio e relembrar-me caloira da faculdade apaixonada por aqueles fantásticos concertos ao vivo dos meninos. creio que assisti a dois, um no estádio de Alvalade e outro no Pavilhão Dramático de Cascais.